Hoje o meu país comemora a sua liberdade. Por mais inglório que tenha sido nosso “grito de independência” segundo Chalaça, há 188 anos que não estamos mais sob o comando de qualquer outra nação. Tomamos as nossas próprias decisões e escolhemos nossos novos governantes, que representarão o interesse geral.
Há data mais importante em ano eleitoral? Ano de decisão em um país que sofre com os constantes escândalos de corrupção, com a descrença popular na política e, principalmente, nos seus representantes. Um país arrasado pela miséria e pelo abandono, onde o melhor que se espera é alguma atitude de filantropia.
Assumo que somos novos com a democracia. Uma nação submetida à colônia por 322 anos, à monarquia por 67, à ditadura Vargas por 8, à ditadura militar por 21, e uma sucessão de presidentes incompetentes. Temos pouco tempo de prática. Mas estamos aprendendo?
A maioria dos candidatos atuais tem ficha suja na polícia. Sonegação fiscal, falsidade ideológica, estelionato, peculato, improbidade administrativa, crime militar, agressão, lavagem de dinheiro. A atual candidata a presidência, que lidera nas pesquisas eleitorais, é acusada de seqüestros e assassinatos no exterior nos seus anos de milícia.
O histórico eleitoral é vergonhoso, pois mesmo quando o candidato não é criminoso, ele é completamente despreparado. Em 2006, Clodovil – estilista e apresentador de televisão – foi eleito Deputado Federal. Nesse ano temos mais impressionantes candidatos: Marcelinho Carioca, ex-jogador de futebol; Netinho, cantor de pagode; Maguila, ex-pugilista; Tiririca, humorista e palhaço. Todos com nível de escolaridade “sabe ler e escrever”.
Pelas pesquisas, Tiririca será Deputado Federal e Netinho, senador. Não parece que estamos aprendendo. Estamos derrotados e descrentes. “Rouba, mas faz” é jargão popular. “Pior do que está não fica” é slogan publicitário. O país do samba e do futebol não consegue organizar nada que não seja carnaval. Copa do Mundo é no ano da eleição presidencial. As Olimpíadas vêm com a eleição municipal.
E nas próximas presidenciais, vamos sediar o Mundial!
Não temos casas, mas teremos estádios. Não temos comida, mas teremos turistas.
A tenda está armada. O palhaço para candidato. E todos os grandes criminosos ocupando o planalto.
Muy interesante Carol, digno de publicarlo en un díario. Besos!
Texto muito bem preparado, limpo e de muita informação pertinente ao momento. Triste cenário, realmente o circo está armado, assim como os bandidos que farão todo o espetáculo. E nós, espectadores paralisados e adormecidos. Esquecemos o nosso braço direito e a força que temos juntos. Deixemos a bola rolar no gramado como droga para continuarmos dopados.
Esse merece publicação em jornal, concordo.
Beijo!
Sônia